"Não ao casamento religioso para selar a união de homossexuais, mesmo que recorram à Justiça."
O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro, dom Antônio Augusto Dias Duarte, a Igreja não faria o casamento religioso para selar a união de homossexuais, se eles pretendessem isso, mesmo que recorressem à Justiça para garantir um suposto direito.
O arcebispo do Rio, dom Orani João Tempesta, interveio para lembrar que a Igreja não faz também o casamento de pessoas já casadas e divorciadas que pretendam sacramentar uma segunda união. Os dois representantes da CNBB acreditam que homens e mulheres que optaram pela união estável com parceiros do mesmo sexo não insistirão em reivindicar o sacramento do matrimônio.
STJ reconhece
A Segunda Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reconheceu ontem, a união estável entre pessoas do mesmo sexo. Os ministros aplicaram a decisão unânime tomada na quinta-feira da semana passada pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão do STJ foi adiada por um pedido de vista em fevereiro.
A sessão desta ontem foi retomada com o voto do ministro Raul Araújo, que pediu vista. A ação trata do reconhecimento da união estável de um casal do Rio Grande do Sul. Após a separação, um dos parceiros pediu partilha de bens e pensão alimentícia. A relatora do caso, ministra Nancy Andrighi, afirmou que, enquanto a lei não garante os direitos dos homossexuais, a Justiça tem o dever de fazê-lo.
"A negação aos casais homossexuais dos efeitos inerentes ao reconhecimento da união estável impossibilita a realização de dois dos objetivos fundamentais de nossa ordem jurídica, que é a erradicação da marginalização e a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação", disse a ministra.
"Ditadura gay"
O vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador Marcel Alexandre da Silva (PMDB), disse ontem que "não aceita essa ditadura gay" ao repercutir no plenário da casa a decisão do STF que reconheceu a relação homoafetiva como uma família.
"Sou contra isso. Vou estar lutando pela família, pela família natural, que é a instituída por Deus. Respeitamos a opção sexual de cada um, mas não aceito essa ditadura gay na sociedade", afirmou o parlamentar, que é líder da bancada evangélica e faz parte da igreja Ministério Internacional da Restauração.
Alexandre da Silva afirmou, conforme nota publicada no saite da Câmara, que a decisão do STF não foi democrática porque a população não foi ouvida. "Ninguém pode esconder o espanto diante de homossexuais trocando carinhos", afirma
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